Quem entra neste tríplex, situado em uma região nobre de São Paulo, pode achar difícil de acreditar, mas o imóvel passou mais de oito anos desabitado e no osso, como definem as arquitetas Mariana Andersen e Mariana Guardani, do estúdio Casa 14, referindo-se à sua estrutura. As profissionais entraram ali pela primeira vez depois que a odisseia construtiva do prédio, afetada pelo governo Collor, finalmente chegou ao fim, e o que encontraram foi um apartamento ainda no contrapiso, sem qualquer revestimento e muito deteriorado. A missão foi, então, realizar a extensa reforma, para que o endereço pudesse receber bem seu primeiro morador: um jurista que trabalha em casa, que é dono de uma coleção de mais de 5 mil livros e baterista nas horas vagas e que gosta de receber os filhos e amigos com conforto. Aos poucos, nasceu o projeto deste apartamento com cara de casa amplamente iluminado, emoldurado por jardins verticais e que atende bem três funções: morar, trabalhar e relaxar. As profissionais exploraram os três andares na hora de dividir os usos e funções . O mais alto recebeu a área de lazer e hobbies, com churrasqueira, mesa de refeição, sauna, jacuzzi e estúdio de música, já que o morador costuma receber amigos músicos para ensaios.