O Rio de Janeiro vai voltar a ter uma semana de moda e ela está cheia de novidades. A principal delas é que o Rio Moda Rio não será apenas focado nos desfiles. De acordo com os organizadores, o “movimento” – como está sendo chamado – engloba dezenas de outras ações e a passarela será apenas uma delas. As apresentações, aliás, não precisam seguir o tradicional formato conhecido nas fashion weeks internacionais e brasileiras. Se uma marca quiser, por exemplo, criar uma exposição ou uma instalação audiovisual, ela poderá utilizar as salas multiuso para isso.

“Isso é a liberdade do estilista de poder criar o que ele quiser. Sejamos livres! Eu sempre escutei “não, não pode”. Aqui pode. Eu estou cansado de ver a passarela com a arquibancada do lado. A pessoa já sabe e já espera aquilo. Aqui, a ideia é surpreender porque a moda precisa emocionar”, declarou Carlos Tufvesson, curador do RMR, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Outra mudança, que promete agradar aos fãs de moda que não tinham acesso ao antigo Fashion Rio, é a venda de ingressos. O acesso aos desfiles das doze marcas participantes continuará restrito aos convidados e à imprensa, mas o evento compensará com shows de música, gastronomia, exposições de arte, pop up stores, palestras, workshops e espaços de divulgação de novos talentos. A ideia é criar uma grande agitação no Pier Mauá entre os dias 14 e 18 de junho, que represente o lifestyle carioca e que crie desejo na população para que, assim, o interesse pela área também cresça na cidade.

Uma grande festa para 700 pessoas abrirá o evento na terça-feira, homenageando coleções icônicas da Company, Georges Henri, Maria Bonita e Yes, Brazil. No sábado, um desfile de encerramento, com os destaques das 12 marcas participantes, será armado na Praça Mauá para que o público possa conferir um pouquinho do que foi apresentado a portas fechadas durante a semana.

À frente do projeto, estão a Dream Factory,responsável pelo Rock in Rio, e a L21, idealizadora da Art Rio. A Natura, com a campanha “Viva Sua Beleza Viva” é uma das patrocinadoras.

O tão falado modelo de negócios See Now, Buy Now, que explicamos aqui e está fazendo o maior barulho lá fora também chegou ao Rio. “Não faz sentido criarmos todo esse desejo de consumo e as pessoas não conseguirem comprar na hora”, disse Duda Magalhães, da Dream Factory, uma das organizadoras do evento. Todas as marcas apresentarão ao menos um pequeno preview nas pop up stores e, boa parte delas, colocarão as roupas à venda nas lojas nas semanas seguintes. O line-up ainda não está completamente fechado, mas nove labels já foram confirmadas. São elas: Alessa, Blue Man, Guto Carvalho Neto, Isabela Capeto, Lenny Niemeyer, Martu, Osklen, Patricia Viera e The Paradise. Algumas delas continuarão se apresentando no São Paulo Fashion Week, mas com coleções diferentes. Assim como no SPFW, eles abandonaram a divisão por estações e deixarão nas mãos das marcas a escolha por apresentar verão, inverno ou nenhum dos dois.

Moda carioca o ano inteiro

Palestras uma vez por mês em faculdades, edital para novos estilistas, parceria com a imprensa e até um prêmio para a área são algumas das ações que fazem parte do plano de Rodolfo Medina e Duda Magalhães, da Dream Factory, e Luiz Calainho, da L21, para promover a indústria da moda na Cidade Maravilhosa não apenas durante o evento Rio Moda Rio, mas durante todos os outros dias.