Entre jangadas e diamantes: um bate-papo com Patricia Al”Kary
Em Florença, Glamour conversou com a badalada designer de bolsas brasileira que conquistou o mundo com suas preciosidades
Multidisciplinar, a cearense Patricia AlKary já havia projetado hotéis, trabalhado como escultora e pintora, se destacando por criações irreverentes no plástico e no papel, e há tempos é um nome requisitado no mercado das artes no Brasil. Mas foi só em 2008, quando trocou Fortaleza por Florença, que descobriu sua grande paixão: a confecção em couro. Mais precisamente, as bolsas de luxo.
Feitas de modo totalmente handmade por artesões locais os mesmos que confeccionam para marcas como Chanel, Céline e Moschino, as peças logo chamaram atenção de Andrea Panconesi, CEO da descolada Luisa Via Roma, que rápido encomendou sete modelos, lançados no início do mês na multimarca e no e-commerce da loja. Entre os hits da Special Edition de outono/inverno 2013, uma clutch com fecho cravejado com diamantes de 3.2 quilates se destaca como peça de joalheria e não sai por menos de 57.000 euros.
Mas, calma, há outras versões mais comerciais, a partir de 500 euros, como a versátil carteira Victoria ou a tote de tamanho médio Kika. Todas com acabamento de metais banhados a ouro e detalhes em forma de janganda o logo da grife, que faz referência aos barcos de pescadores do seu saudoso Nordeste, região de constante inspiração para a designer, e que deu origem ao desenho ondulado de seu lindo trabalho em matelassê.
O estilo apurado e, como ela mesma descreve, perfeccionista, quase fez com que Patrícia desistisse do negócio. Após se formar no mestrado de Design de Acessórios na Polimoda, ela criou sua primeira bolsa – toda rebuscada e extremamente cara. Fiz a costola (o esqueleto), um forma pintada à mão, do mesmo jeito que a Hermès faz, explicou sobre os primeiros protótipos, que custavam 30 euros por hora apenas de mão de obra. Meu amigo disse que eram lindas, mas eu precisava seguir um outro caminho, senão ninguém iria comprar, conta sobre a conversa que teve com Alessandro Poggiolini, diretor técnico da Prada, que acabou virando mentor da estilista.