A história da Dior
Modelos vestindo últimas criações de Dior, em 1957.
Quando o tailleur Bar apareceu na passarela em 1947 casaqueto de seda bege acinturado e ampla saia plissada quase na altura dos tornozelos, usados com salto alto, chapéu e luvas causou tanto espanto que a redatora-chefe da Harpers Bazaar, Carmel Snow, exclamou: This is a new look!. Foi assim que o caráter inovador de Christian Dior, introduzido já na sua primeira coleção solo, ganhou fama e se tornou conhecido até hoje. Nascido em 1905, em Grannville, no norte da França, em uma família industrial muito rica, Dior foi primeiro galerista, mas teve que largar a função quando ele e sua família empobreceram depois da crise financeira iniciada pela quebra da bolsa de Nova York, em 1929. Para sobreviver, ele começou a fazer ilustrações de moda para grifes e publicações.
A volta do luxo
Seu primeiro emprego como estilista foi para Robert Piguet, em 1938. Três anos depois, iria trabalhar com Lucien Lelong. Quem o ajudou a alçar voo sozinho foi um dos homens mais poderosos da França na época, o magnata dos tecidos Marcel Boussac, que financiou a primeira maison CD, aberta em 1946. Tudo aconteceu em velocidade acelerada: eles se conheceram em julho, as negociações começaram em outubro e a loja foi inaugurada em dezembro, em uma mansão refinada de Paris.
O mundo andava triste naquele tempo pós-Segunda Guerra. As roupas femininas eram simples e retas, a melhor maneira para driblar a escassez de matéria-prima. Com a ajuda de Boussac, monsieur teve a coragem de colocar na passarela uma profusão de saias volumosas, cinturas finas, ombros arredondados, saltos. Era como se, por meio daquelas mulheres elegantes, luxuosas e sensuais, Dior mandasse um recado ao mundo: É hora de voltar a ser feliz! A guerra acabou!