A estamparia artesanal produzida pelas artesãs da aldeia Ofayé Anodi, no Mato Grosso do Sul, resulta em belíssimos tecidos com desenhos de animais da fauna local, folhas e grafismos. São feitos pelas próprias artesãs, que também bordam à mão alguns detalhes no pano, como os nomes dos animais na língua ofayé. Ali aprendemos, por exemplo, que yetá é o que chamamos de tucano.
As peças toalhas de mesa, jogos americanos e sacolas encantam por sua singeleza, originalidade e técnica apurada. Ao se conhecer, porém, um pouco da história desse pequeno agrupamento indígena, o conjunto ganha força pelo que representa: o resgate de tradições ancestrais ameaçadas ou perdidas, como a própria língua ofayé, dominada por apenas seis indivíduos da aldeia, onde há em torno de 100 pessoas. Suas tradições foram perdidas ao longo dos anos em que foram seguidamente deslocados de seu território original. Daí a ideia de bordar o nome de cada animal, parte do processo de resgate cultural e repasse aos mais jovens.