Rio-à-Porter movimenta mais de R$ 600 milhões

Durante quatro dias, compradores nacionais e internacionais percorreram os corredores dos armazéns do Rio-à-Porter. Com 169 expositores de moda feminina, masculina, infantil, moda praia e sustentável, distribuídos em uma área de 8.150 metros quadrados, o salão gerou negócios da ordem de R$ 610 milhões, um aumento de cerca de 16% em relação à edição Inverno 2010.

Já as exportações cresceram 20%, representando 22 milhões de dólares.  A evolução do setor no evento reflete o volume de exportações do Brasil em 2010. “Isso mostra a importância de um programa estruturado de exportações, como o que é feito há 10 anos pelo TexBrasil em conjunto com a Apex”, diz Fernando Pimentel, presidente da Abit.

Pelos corredores do Rio-à-Porter – realizado entre os dias 10 e 13 de janeiro, nos armazéns 5 e 6 do Píer Mauá – passaram compradores de São Paulo e interior, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Goiás, Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, entre outros.  Também estiveram no salão compradores internacionais, vindos de países como Espanha, Itália, Inglaterra, Grécia, Holanda, Portugal, Chile, Venezuela, Irlanda, Angola, Nova Zelândia e Estados Unidos.

As novas marcas, os preços competitivos e os produtos sustentáveis e com apelo social fizeram sucesso entre os compradores. “O evento nos surpreendeu positivamente e abriu um leque maior de possibilidades, de fornecedores, já que trabalhamos apenas com produtos ecologicamente corretos. Fizemos contatos com o Grupo Natural Cotton Color, com a marca Raiz da Terra, o Artesanato Sustentável do Amazonas e com o Pólo de Itaperuna”, diz Adriano Barbosa da Cores do Algodão, de São Paulo.

Já entre os expositores, muitos superaram as expectativas de vendas. É o caso, por exemplo, da Totem que participou, pela primeira vez, da edição de Inverno do salão. A marca bateu todos os recordes de venda da estação, faturou 75% mais do que no mesmo período de 2010 e aumentou em 25% o número de novos clientes. Com isso, a Totem estará presente em mais 17 cidades. A Alessa foi outra grife que superou a expectativa de vendas. A Basthianna também atingiu a meta e a Espaço Fashion superou em 30% as vendas da edição do ano passado. Já a Ágatha, estreante no evento, também superou em 30% as vendas, batendo seu recorde histórico de vendas para o atacado, conquistando 18 novas praças e aumentou em 20% o número de clientes.

Os bons resultados reforçam o papel diferenciado do Rio-à-Porter, que tem como foco marcas que querem se diferenciar pela criatividade e pelo valor agregado e pela rigorosa seleção de compradores, cada vez mais qualificados, o que reflete, segundo a maioria dos expositores, em um ticket médio mais elevado de compra.

A volta de uma agenda própria de desfiles, mais estruturada e direcionada, foi um dos pontos fortes desta edição. Dez marcas (Ellus 2nd Floor, My Philosophy, Basthianna, Armadillo, Ed Hardy, Reffinata, Natural Cotton Color, Juliana Ariza, Balasarae e Bianca Marques) mostraram suas coleções de Inverno para compradores, convidados e jornalistas. As apresentações resultaram também em mais vendas para as marcas. A estilista Bianca Marques, estreante no evento, abriu praças em Brasília, Curitiba e Goiás e está em negociação com um comprador italiano. “Ele veio me parabenizar depois do desfile e disse que ficou encantado com a coleção, que procurava peças que enaltecessem o Brasil”, conta.

O Rio-à-Porter e o Fashion Rio receberam, juntos, público de 85 mil pessoas e investimento de R$ 15 milhões. Esta edição doRio-à-Porter, organizada pela Luminosidade em parceria com a Francal Feiras, contou com  a parceria da Firjan – através do Senai Moda -, do Sebrae, da Abit – por meio do Programa TexBrasil -, da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Governo do  Estado do Rio de Janeiro.

Outras

• A Eclectic bateu recorde de vendas nesta edição. A marca teve um crescimento de 13% em relação ao último Verão e fez novos contatos com compradores de São Paulo.


• A Lust for Life, marca lançada durante o Rio-à-Porter, vendeu três mil camisetas para um comprador da Espanha.


• A grife californiana Ed Hardy, que fez sua estréia nas passarelas do Rio-à-Porter e que veste personalidades como Madonna e o jogador de Futebol Cristiano Ronaldo,  abriu praças no Recife, Paraná, Maranhão e Santa Catarina.


• A marca mineira Reffinata, que desfilou no salão, fechou negócios com duas lojas da Inglaterra, uma no Japão e outra na Itália.


• A Donna Bis, do Pólo de Moda de Niterói, está negociando 20 mil peças – de 15 modelos diferentes – com uma grande rede de lojas de Brasília.


• O Polo de Nova Friburgo apresentou algumas novidades nessa edição. A linha de lingerie plus size, que vai até o número 48 e a lycra jeans strech que imita o jeans das calças, porém muito mais elástico e confortável para a mulher.


• O Grupo Natural Cotton Color levou para a passarela peças em algodão naturalmente colorido. As sementes, desenvolvidas pela Embrapa, já nascem com cor, o que representa uma economia de 70% de água.


• A marca mineira Raiz da Terra Green também inovou: lançou uma linha de sapatênis feitos de látex da Amazônia e bio denim. O projeto levou um ano para ser desenvolvido e custou mais de R$ 1 milhão.


• A marca de bijoux Zoia, do pólo de Calçados e Acessórios, trouxe uma coleção que aproveita o resíduo industrial. Colares feitos com cápsulas de café expresso chamaram a atenção dos clientes.