A roupa indiana feminina mais conhecida no ocidente é o SARI (saree).
O sari é um longo tecido com 6 metros de comprimento por 1.5 de largura. Há uns saris mais curtos, com 5 metros de comprimento ou 5.5 mas a largura no geral é a mesma e tem uma variação de até uns 5 centímetros pra mais, ou seja, até 1.55 de largura. O sari na verdade não é uma vestimenta, pois não se veste ele; ele é simplesmente um tecido enrolado no corpo, sem costuras, botões, zíper, colchete, velcro etc. Acompanhando o sari há uma pequena blusa colada ao corpo (Choli) que cobre mesmo só os seios e a barriga fica exposta. Na parte de inferior, por baixo do sari, há um longo saiote que vai até o chão (Ghaghra). O sari é feito de diversos tipos de tecido sendo o mais comum o algodão. Eles podem ser bordados, pintados a mão, impressos, com lantejoulas etc. Tudo depende da criatividade do artesão e do bolso do comprador. As pessoas sofisticadas preferem os saris feitos no tear manual pois não se encontra dois saris iguais e assim sendo ficam com um sari exclusivo. O sari possui um fascínio e um encanto difícil de descrever e é considerado muito sensual pelos homens indianos que adoram ver suas mulheres enroladas nessa misteriosa e sedutora vestimenta, ainda mais sabendo que por baixo do saiote não há mais nada. Países vizinhos como o Nepal, Sri Lanka, Bangladesh e Butão que outrora faziam parte da Índia, ainda preservam a vestimenta tradicional indiana sari – em seus próprios territórios. |
Os homens idosos ainda usam dhoti e punjabi.
Dhoti é um longo tecido enrolado a cintura e por entre as pernas parecendo uma fralda gigante, também sem costuras, botões etc. Se você assistir ao filme Gandhi, você vai observar na parte final do filme que ele não só usava dhoti, como também os fazia ele mesmo! Preste atenção e veja no filme ele enrolando o fio para fazer o tecido do dhoti em um instrumento de madeira. Punjabi é uma espécie de kurta longo com mangas longas.
No noroeste da Índia o Estado do Rajastão faz fronteira com o Paquistão e foi terra de marajás. Ali, cada cidade tem sua cor predominante: Jaipur é rosa, a cor da hospitalidade. A capital é também a maior cidade do Estado. E é nessa localidade onde aparecem todas as faces da região. Os contrastes, o trânsito incessante, os bazares hipercoloridos A força de Jaipur está em seu comércio. Seus bazares “especializados” estão entre os melhores do continente, vendendo principalmente jóias e artigos de prata, pedras preciosas, roupas e tecidos.
A jóia na Índia além de um costume é uma manifestação da sensibilidade, habilidade e design refinado de uma civilização milenar. Além de adorno pessoal e do valor simbólico é considerado um investimento por conta da sua fácil liquidez.
A mulher casada nunca sai de casa sem estar com uma roupa colorida e ornamentada com uma jóia (em bronze, prata ou ouro) conforme o seu status financeiro. Para jóia, o melhor bazar é o Johari Bazaar e na Amber Road fica a maioria das lojas e fábricas.
A paisagem mais agreste da Índia é também a mais colorida. A cultura indiana está impregnada nas cores e tramas: do amarelo dos campos de trigo e da mostarda aos rosas e azuis da religião muçulmana. Os tecidos indianos não são, simplesmente, produtos de comércio. Sua beleza transcende o aspecto comercial e funcional. Por isso são incomparáveis, inigualáveis. Os tecidos no Rajastão merecem um capítulo a parte. A técnica tie-dye (tão em moda no mundo ocidental) é praticada tradicionalmente na região. O uso das cores é amplamente difundido em todos os aspectos do vestuário. Na Índia a cor tem conteúdo emocional e ricas associações e significados. Ainda hoje no Rajastão as cores são usadas para identificar comunidades, status social, etc.
Jaipur é a terra da cor e do block-printing, conquistou ao longo dos séculos uma excelente reputação por seus tecidos de algodão pintados à mão. Apesar da disponibilidade das técnicas modernas com screen-printing, a tradição é mantida. Essa técnica é uma das primeiras feita a mão que se tem notícia. Eles utilizam blocos de madeira preparados pelos carpinteiros locais e as cores são derivadas de vegetais e metais dependendo da disponibilidade local. Os artesãos normalmente criam motivos que são uma combinação de flores, plantas e folhagens. Esses motivos servem também para identificar os grupos. As jovens solteiras, por exemplo, usam o motivo dholamaru. O bordado de espelho, conhecido no mundo inteiro, e o jooties o colorido sapato de couro são bordados pelas mulheres de Jaipur. Para comprar, os melhores endereços são: Suvasa 2, My Sore House, Cicil Lines, Jacob Road e Soma 5, Jacob Road, Civil Lines. Jaipur é uma cidade urbana meticulosamente planejada. Seu centro histórico segue os antigos tratados arquitetônicos hindus.
O Palácio dos Ventos (Hawa Mahal) uma de suas principais atrações, não passa de uma fachada, construída com 365 janelas para permitir que as mulheres (o marajá tinha 12 esposas oficiais e 1 para cada dia do ano) pudessem observar o movimento da rua sem serem vistas. E a visita ao Fort Amber você vai fazer de elefante. O Rambagh Palace (antigo palácio do marajá), há 60 anos, foi transformado em hotel. E você vai visitá-lo várias vezes. Jaipur é uma mistura de colonialismo inglês decadente e formas puras nativas, dos cheiros de pimentões e óleos, das ruas cheias de vacas e pessoas simples. Um labirinto de gente, línguas, deuses e cores. Um mundo muito parecido com uma mente criativa. A plasticidade, as cores e os tecidos raros do Rajastão, certamente são responsáveis pela Índia estar presente nos discursos dos grandes estilistas de moda e decoradores do mundo inteiro, como um dos lugares must-go no quesito inspiração.
Talvez essa seja uma das razões da Índia ser um país tão atraente ao imaginário ocidental. Ou será por sua tradição espiritual, sua profusão de mestres e monastérios, onde imagina-se ser possível reinventar a vida? Ou, simplesmente, por sua beleza, simplicidade e diversidade? Você vai ter que descobrir
Fonte: Indi(a)gestão (texto de Profª Sandra Bose), Mundo Mix, imagens google.
Entenda o figurino da novela “Caminho das Índias” O Brasil conferiu a estreia de Caminho das Índias, da Rede Globo, que revela uma cultura completamente diferente.
“Shankar, interpretado por Lima Duarte, é um homem brâmame, nome dado à casta mais alta. Trata-se de um hinduísta. Em seu figurino, são usadas peças que remetem aos anos 70 como se estivessem parado no tempo.”
“O Sári, vestimenta típica da Índia, é usado pelas mulheres, de maneiras diferentes. O modelo usado por Claúdia Lyra é de muito bom gosto com misturas de estampas safári em tons de bege, verde e preto.”
“O Sári usado por Eliane Giardini representa o tradicional indiano. O jeito que é colocado impossibilita alguns movimentos. A padronagem xadrez de um Sári combinada com o tom de bege do outro, dá o ar nobre próprio da personagem.”
“Camilla, personagem de Ísis Valverde, usa tons de verde e azul em seu figurino. Ela também usa o Sári, traje típico das mulheres indianas, porém, quando usado cobrindo a cabeça, significa imposição de respeito.”
“Maya, personagem da protagonista Juliana Paes, uma indiana jovem e alegre reflete essas qualidades através da cor de seu figurino, formado por tons de vermelho e salmão. Em seus Sáris, os bordados realçam ainda mais a sua beleza e alegria.”
“Márcio Garcia, que na trama atua como Bahuan, é um jovem rico e culto, porém intocável e impuro. Seu figurino tem um toque americano, pois se formou e trabalha em uma empresa americana. As roupas são soltas e as calças que usa chamam-se Jodhupur. O lenço no pescoço adotado pelo personagem é referência inglesa.”
“Os trajes de Kochi, representada por Nívea Maria, são bem trabalhados, com misturas de estampas, brilhos e bordados. A combinação do vermelho e verde na roupa é perfeita.”
“Manu, interpretado por Osmar Prado, aparece com vestimentas mais características da década de 70. Usa sempre batas sobrepostas com variações de coletes típicos da região. Na novela, o personagem é severo em relação ao cumprimento dos costumes e isso reflete em seus trajes.”
“Opash, personagem de Tony Ramos, é um homem orgulhoso, sério e apegado aos costumes tradicionais indianos e hinduístas. Seu traje é o Shoti, espécie de Sári masculino, e os mais formais são os Kurta Pajama. Usa tons de marrom, e bordados.” Fonte: Famosidades conversou com Cynthia Corazza, professora de Estilo da Escola de Moda Sigbol Fashion para analisar os looks da trama. |