O Rio de Janeiro é conhecido como um gerador de tendências de moda no Brasil e os jovens designers cariocas vêm obtendo sucesso em seus primeiros passos num merca-do competitivo. O Veste Rio juntou um time de peso em sua palestra sobre empreendedorismo neste sábado (14.05) e lotou o auditório com estudantes e donos de marca que desejam desbravar este segmento com o mesmo sucesso.
Bruna Seve Patkó, da marca de acessórios Lokalwear, falou sobre o desafio de produzir suas coleções com responsabilidade social. Ela afirmou concentrar sua produção no Leste Europeu e no Pantanal brasileiro, tendo o cuidado de incluir e empregar a mão de obra do terceiro setor, como idosas e mães. Hugo Garlindo, da Zerzeres, teve a ideia de criar óculos de madeira junto a dois amigos de faculdade. Seu diferencial sempre esteve na história da matéria prima – cada uma de suas peças traz o nome da rua onde aquele pedaço de madeira foi encontrado. Ele confessa que hoje não pode se dedicar ao processo criativo integralmente, por conta de necessidades comerciais da marca que requerem sua atenção, mas não consegue passar por uma caçamba de en-tulho sem olhar duas vezes. Olhar caçambas se tornou um vício.
Livia Breves, Dani Sabbag, Gabriela Garcia, Maitê Lacerda, Hugo Galindo e Bruna Seve Patko (Foto: Roberto Filho)
Livia Breves, Dani Sabbag, Gabriela Garcia, Maitê Lacerda, Hugo Galindo e Bruna Seve Patko (Foto: Roberto Filho)
Gabriela Garcia começou o estúdio Benta com a intenção de trabalhar exclusivamente com estamparia. Hoje, a marca tem sua linha própria de roupas em franca expansão. A Wasabi, marca de Dani Sabbag e Ana Wambier, abriu as portas procurando produzir o que não encontrava no mercado. A moda brasileira é mais justa e decotada. Todas nós queremos ser sensuais mas procuramos um outro tipo de sensualidade, conta-ram as designers.
Todos os participantes concordaram que em tempos digitais, o começo de uma marca é bem diferente do que acontecia num passado recente, quando o primeiro contato com os consumidores era feito através das feiras. Agora, é possível criar uma identidade forte de marca valendo-se apenas das plataformas digitais.
Hoje o que vale é a foto. Se um produto não vende através da foto, ele não vende em lugar nenhum finalizou Dani Sabbag, anunciando as regras dos novos tempos.