Vida nova a uma velha conhecida
Quando o casal finalmente comprou a casa onde vivia de aluguel no norte da Holanda havia 16 anos, cada um já sabia exatamente que canto quebrar, quais espaços reformar e o que mudar de lugar para deixá-la mais pessoal e confortável. Morando em frente à marina de Akkrum, cidade rural a 130 km de Amsterdã, Paula Leen e Kees Middendorp apostaram em uma nova organização para integrar melhor os ambientes.
A cozinha virou uma grande ala social aberta, com sala de jantar e living no mesmo plano, perfeita para receber bem os amigos. Com o intuito de acentuar essa sensação de amplitude, foi retirado o forro do teto, o que deixou as vigas do telhado aparentes. No outro andar, a sala de leitura e de estar ficam a uma parede de distância da suíte do casal. Já a antiga garagem de trator, no porão, foi reformada para abrigar o atêlie da Poetryworld, marca de delicadas almofadas, pufes, luminárias e outros acessórios do lar feitos por Paula.
A essência da morada, no entanto, surgiu a partir das habilidades (e toques) pessoais. Capitão do porto, Kees construiu a despensa da cozinha com o piso de madeira e zinco de uma antiga casa. Além disso, contratou um ferreiro para forjar as escadas que ligam os andares e a peça principal da área familiar, a bancada em ilha de 11 metros na cozinha. Já Paula insistiu na mudança da cor da fachada e trocou o amarelo pelo preto. Sua intenção era tirar o foco da vibração para ganhar mais intimidade, ideia transportada para dentro da casa.
Os ambientes marcados por nuances escuras em especial o cinza, que está no piso de cimento que unifica a planta, e o preto, que vem com força no telhado e em algumas paredes focais foram suavizados pelas paredes brancas e pelo mix de texturas, entre elas a lã de ovelha, a madeira dos móveis, o metal das luminárias e a argila das peças decorativas. Detalhes que resultaram em uma morada arejada pela sensibilidade.